Querendo me esquecer
Me perco em ti.
Invade-me, apaixonada,
E toma-me inteiro,
Intensamente,
Todo para si.
Inconsequente,
é o que tu és:
Inconsequente!
Pensei ter-te de deixado de lado,
Troquei meu telephone,
Mudei de endereço,
E não bebo mais nos mesmo bares.
E os meus amigos
Reclamam da minha ausência...
E eu os ignoro,
Digo que depois os verei,
Temendo encontrá-la por aí.
Inocente!
Como fui e sou inocente.
Evitar-te é impossível.
Sinto-me em um filme de terror
A fugir de ti, desesperadamente,
E ser sempre alcançado
E dilacerado pela seu apetite fezor!
Terei que tomar uma decisão,
Na verdade, pô-la em prática:
Devo matar-te!
Cortarei sua cabeça,
Esquartejarei seu corpo!
Colocarei fogo em suas roupas,
Derrubarei sua casa,
Salgarei o seu jardim,
Rasgarei suas fotos!
Não, você sou eu
Gritando por atenção!
Como uma criança
Que chora,
Mas o que queres?
Sei que não adianta
Não te tirarei de mim,
Somos dois,
E eu sou ambos,
E me dissolvo!
Nessa tempestade
Me desespero,
E esse é seu alimento predileto!
Vives da minha dor,
Da minha angustia
Da minha ansiedade!
Se ao menos eu pudesse
Castrar minhas vontades,
Fazê-la viver trancada numa rotina de obviedades
E fazê-la Feliz,
Ensinado-nos a ignorar tudo o que será,
Esquecer tudo que foi,
E mergulhar no instante que há!
Será que isso te faria feliz?!
Será que isso me faria feliz?
Para ser feliz devo ser pleno,
E para ser pleno devo ser um:
Um de nós terá que partir,
E eu cheguei aqui primeiro!