quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Crise de Pânico


Querendo me esquecer
Me perco em ti.
Invade-me, apaixonada,
E toma-me inteiro,
Intensamente,
Todo para si.

Inconsequente,
é o que tu és:
Inconsequente!

Pensei ter-te de deixado de lado,
Troquei meu telephone,
Mudei de endereço,
E não bebo mais nos mesmo bares.
E os meus amigos
Reclamam da minha ausência...
E eu os ignoro,
Digo que depois os verei,
Temendo encontrá-la por aí.

Inocente! 
Como fui e sou inocente.
Evitar-te é impossível.

Sinto-me em um filme de terror
A fugir de ti, desesperadamente,
E ser sempre alcançado
E dilacerado pela seu apetite fezor!

Terei que tomar uma decisão,
Na verdade, pô-la em prática:
Devo matar-te!
Cortarei sua cabeça,
Esquartejarei seu corpo!
Colocarei fogo em suas roupas,
Derrubarei sua casa,
Salgarei o seu jardim,
Rasgarei suas fotos!

Não, você sou eu
Gritando por atenção!
Como uma criança
Que chora, 
Mas o que queres?

Sei que não adianta
Não te tirarei de mim,
Somos dois,
E eu sou ambos,
E me dissolvo!

Nessa tempestade
Me desespero,
E esse é seu alimento predileto!

Vives da minha dor,
Da minha angustia
Da minha ansiedade!

Se ao menos eu pudesse
Castrar minhas vontades,
Fazê-la viver trancada numa rotina de obviedades
E fazê-la Feliz,
Ensinado-nos a ignorar tudo o que será,
Esquecer tudo que foi,
E mergulhar no instante que há!

Será que isso te faria feliz?!
Será que isso me faria feliz?

Para ser feliz devo ser pleno,
E para ser pleno devo ser um:
Um de nós terá que partir,
E eu cheguei aqui primeiro!

2 comentários:

uma louca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
uma louca disse...

Lindo, honesto, verdadeiro, sublime...

Mas me faz repensar toda a minha vida também. Tudo o que fiz... e o que não fiz. Todos os que magoei. Todos que me magoaram. Tudo que ficou pra trás, tudo que eu deixei passar, todos que passaram por mim.

Não sei o que é que tem nos seus textos que sempre me trazem uma identificação tamanha e me fazem achar que são uma pontinha sobre mim também... talvez por eu os admirar tanto que queira fazer parte deles, ou pelo menos sentir que faço parte.

Sem pretensão nenhuma, me sinto um pouco culpada. Pela parte que me toca, de alguma forma. Será? Nessa vida ou na próxima, quem sabe...

Confesso, se arrependimento matasse, eu já estaria morta. Esquartejada. Humor negro... rs!

Mas, mais do que tudo, sinto a sua falta.

Um beijo carinhoso! =*****

ps: deletei o comentário anterior porque publiquei antes da coragem aparecer. Agora, ela pipocou de novo e republiquei. Vamos ver quanto tempo dura dessa vez... rs!

pps: espero, de coração, que a "crise" já tenha passado ou, pelo menos, diminuído.

ppps: preciso te escrever umas [boas!] linhas algum dia... quando eu criar coragem, garanto que você vai ser o primeiro a saber... rs!